Pais e Filhos

 Milagrosamente, após fecharmos o livro CASAMENTADOS, ainda extasiados com o mover de Deus neste livro, pois ao final de muitos capítulos fomos tomados por uma profunda emoção, e ali nos abraçávamos agradecidos com o mover de Deus em nossas vidas, e orávamos ao Senhor.

Navegava pela internet, aleatoriamente, sem saber o que procurava, quando repentinamente uma propaganda me chamou atenção. Uma cadeira infantil de nylon azul. Imediatamente, senti uma grande sensação de nostalgia, uma vez que me lembrei da cadeirinha que usava quando era criança. Que sensação maravilhosa surgiu em meu coração, fiquei completamente tomado por aquela recordação.

Essa viagem no tempo foi incrível. Lembrei-me de vizinhos, brinquedos, brincando com minha mãe em escorregar com papelão na grama, a caça com minha saudosa avó Hilda em busca de sapo, a morte da minha gatinha fofinha (aqui explica até então minha aversão a gatos, quebrada 41 anos depois com a chegada da gatinha Pipoca em nossa casa).

Aquela cadeira não saiu de minha cabeça, e quando os dias se passavam, me aprofundava cada vez mais em minhas lembranças. Me lembrei da promessa de um chefe do meu pai, que me prometera dar de presente, uma carreta de brinquedo. Quão frustrante foi não ganhar aquele presente, pois aquela promessa se perpetuou por muitos anos em mim, e assim, me lembrei dos muitos sonhos que tive me vendo brincando com aquele brinquedo.

Fui me lembrando, de traumas, de decepções, desilusões. Essa viagem, passou por minha infância, adolescência, juventude, vida adulta até chegar atualmente, da qual sou pai, esposo e pastor. Imediatamente, fui me lembrando dos infinitos atendimentos pastorais que faço, com filhos marcados com traumas do passado, e pais desesperados sem saber como resgatar seus filhos.

A cadeira azul de nylon, me permitiu perceber que filhos doentes se tornaram pais. Nunca fomos preparados para sermos pais, na verdade, nos tornamos pais com toda carga incompleta e não superada de filhos.